«Ninguém pode livrar as pessoas da dor, mas será bendito aquele que fizer renascer nelas a coragem para suportá-las»
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quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Fénix

Como se têm tornado habituais as minhas idas e vindas ao Porto, hoje foi mais uma delas… Não sei muito bem porquê mas hoje dei comigo apensar na lenda da Fénix… Tu conhece-la?
A lenda desta ave apareceu no Oriente e foi aceita pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como símbolo da morte e renascimento diários do sol.
O aspecto da Fénix era de uma beleza inigualável. Maior do que uma águia, as suas penas ostentavam as mais belas cores: vermelho fogo, azul claro, púrpura e ouro, e todos afirmam que a Fénix era a mais formosa que o mais formoso de todos os pavões reais. Mas ela é uma ave única e não pode reproduzir-se como as demais.
Quando a Fénix sente que chega ao fim da sua existência, ela recolhe e acumula plantas aromáticas: incenso e resinas... Constrói com todas elas um grande ninho exposto aos raios solares. O calor do Sol, incidindo sobre as plantas secas, incendeia o ninho e a Fénix arderá com ele e converter-se-á em cinzas.
Então, dessa cinza, impregnada com os restos da Ave, nasce uma pequena larva, que, em pouco tempo, se transformará na nova Fénix, cujo primeiro cuidado, será depositar num tronco oco os restos do seu progenitor. Acompanhada por uma grande quantidade de aves de espécies diversas, levará essa relíquia até Heliópolis, no Egipto, depositando-a no altar do Sol.
Acabada esta cerimónia de homenagem, a jovem Fénix voltará à Etiópia, e aí viverá, alimentando-se de gotas de incenso, até que chegue o fim dos seus dias.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Porque há pessoas que vivem com um buraco?

... A confiança é muito complicada para as pessoas que não foram adequadamente supridas no início da sua vida. Essas pessoas guardam na sua personalidade algumas das carcterísticas de bebé.
Por vezes, quando eram bebés, as suas necessidades básicas não foram supridas e estas pessoas adultas vão em frente na vida com um buraco aqui, outro ali, com uma enorme sensação de privação. Inconscientemente recusam-se a crescer, como que esperando pelo que tinham direito (quando eram crianças) e não receberam. Estas pessoas, adultas, pensam constantemente que toda a gente, e a toda a hora, lhe devem alguma coisa. Por exemplo, elas acham que deveriam ter um emprego, mas que não deveriam ter que procurá-lo. Que as coisas de que precisam deveriam vir até elas, porque elas têm o direito de serem cuidadas.
Calma aí!!!!... Isto é lógico para um bebé. Mas para uma pessoa adulta não faz sentido. Porque agora ela é a única responsável pela sua vida. A mãe que ela não teve, não teve. Iclusivé essa pessoa idealiza muito a mãe. Imagina-a muito maior e muito mais perfeita que a mãe possível. Alguém que está ali só para ele. Esta pessoa adulta é normalmente uma pessoa extremamente exigente, crítica e reivindicativa. Porém, na hora de construir alguma coisa, tem atitudes de bebé. Sim, porque o bebé não precisa de construir nada, porque ele é ainda um ser em potencial. O mesmo já não se pode dizer desse adulto, porque de uma pessoa adulta espera-se que ela construa, realize... Só que é dificil para este tipo de pessoas entrar em contacto com o seu «buraco».
Na verdade ela tem um buraco real na sua personalidade, e isto vê-se até mesmo na sua postura fisica: pernas frágeis, às vezes finas em baixo, e com pouca energia; ou às vezes grossas, mas que não revelam força. O peito curvado para dentro que revelam a dificuldade de acreditarem em si mesmas...
Esta postura frágil vem muito da relação precária que teve com a mãe. Sobretudo de ter sentido o seu coração pouco nutrido o que aumentou muito a sua carência afectiva.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A aventura de parar sobre as próprias pernas

Todas as filosofias de crescimento pessoal, acho que concordam num ponto: nós só crescemos quando somos capazes de parar em pé sobre as próprias pernas. Quem não está de pé sobre as suas pernas, está dependurado. Dependurado numa pessoa, numa ideologia, numa ilusão, num curso, num cargo... É uma sintuação incómoda. O outro pode ir embora, a ilusão se desvanece e tu esborrachaste no chão. Viver dependurada, sem pernas próprias, é no fim muito doloroso. Especialmente nos tempos de grandes crises e fragilidades, quando o chão treme um pouco para todas as pessoas. Tu está muito bem no colo de alguém ou de uma situação. Mas se, de repente, alguém grita: FOGO!, tu nunca sabes se a pessoa que te segura te vai deitar ao chão para fugir a correr e salvar a sua pele. Nas crises mais do que nunca se descobre o quanto é essencial estar sobre as próprias pernas.
Mesmo assim, ficar no colo parece que é uma velha tentação do ser humano. Vamos analisar um pouco como isso começa. Porque estar no colo nem sempre é perigoso. Para a criança, estar no colo, ser dependente é normal e saudável. Mesmo no útero da mãe ela não é totalmente dependente, visto que para sobreviver precisa fazer diversos movimentos nos quais em nada a mãe pode interferir... Quando nasce a criança vive naturalmente dependurada no seio da sua mãe... e é bom lembrar que também a mãe também está dependurada nela. Há aqui uma troca de energia incrível entre as duas. Passada essa fase a criança começa a caminhar e a libertar-se da mãe, porém... (cont.)