«Ninguém pode livrar as pessoas da dor, mas será bendito aquele que fizer renascer nelas a coragem para suportá-las»
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terça-feira, 23 de março de 2010

Sofrer por nada?

Quem esconde as suas faltas, jamais tem sucesso; mas quem as confessa e abandona, alcança o perdão (Prov 28,13)

A necessidade que todos nós temos de sermos aceites e aprovados, faz com que muitas e muitas vezes cometamos a insensatez de esconder os nossos erros. O resultado é aquela preocupação angustiada que não nos abandona: será que alguém viu, ou está a ver, ou vai ver? Perdemos a tranquilidade e ficamos como a pessoa que cometeu um assassinato e escondeu o cadáver no porão. Mas a coisa logo cheira mal e... será que alguém está percebendo?
Não é que errar atraia um castigo. Mas, como temos medo ou vergonha de confessar os nossos erros! Será que vão nos perdoar? Muito provável que sim. O escritor libanês Gibran, com muita sabedoria diz que: «se nós contarmos uns aos outros os nossos maiores erros, acabaremos rindo juntos pela falta de originalidade». E então... por que esconder?
Erro contado e perdoado é libertação na certa. Para manter o cadáver no porão? Melhor enterrá-lo no cemitério.
Nós, humanos, somos muito limitados. Se somos iluminados pela frente, projectamos a sombra pelas costas, e ela será tanto maior quanto maior for a luz que nos ilumina pela frente. E não há como escapar dela, reconhecê-la, aceitá-la e iluminá-la. Caso contrário, ficaremos apenas olhando e criticando a sombra dos outros, e condenando os outros estaremos condenado-nos a nós mesmos. Solidarizarmo-nos no erro é um passo importante para agirmos na misericórdia, e assim recuperamos o bom humor.